I just wanna be happy...
I just wanna be happy...
Talvez seja apenas a mais pura das hipocrisias queixar-me de algo que escolhi, que provoquei e desejei. Talvez eu seja simplesmente hipocrita. Mais que isso: egoista. Talvez seja apenas eu. Sou apenas eu. Um apenas doloroso, amargo e frio. Um apenas impessoal, intratável e indesejavel. Um apenas... Arde em mim um desejo de ser mais, de ir mais além, ao mesmo tempo que o medo me consome, me apaga e me destroi. O ''eu'' sonhava, procurava e vencia. O ''eu'' perde, chora e grita. A dor não lhe ocupa o corpo, nem o pensamento, apenas o impede de ser o eu que era. Apenas... É tudo apenas, mas o apenas ocupa tanto do espaço que deixei para a felicidade que ela se torna tenue, insignificante. Não escrevo para que tenha sentido, e sinceramente nem sei porque escrevo ou sinto. A dor não existe, tal como as lágrimas. Povoam apenas o meu imaginário, aquele que se sente magoado, enganado. Enquanto o ''eu'' real vive uma vida de euforia, risos e alegria. Uma alegria fria, mais fria que as lágrimas que me queimam as faces, as faces do ''eu'' imaginario... as mesmas faces que agora congelam na ausencia de tudo.